Cruzeiro detona Mattos e empresários por contratação de Vitor Roque: “Repugnantes”
O Cruzeiro se pronunciou oficialmente pela primeira vez sobre a contratação de Vitor Roque pelo Athletico. O Furacão depositou em juízo a multa rescisória de R$ 24 milhões para ficar com o promissor atacante – maior negociação da história do clube paranaense. O contrato do atleta de 17 anos já foi registrado na CBF. Em contrapartida, o atacante Jajá e o zagueiro Zé Ivaldo foram emprestados.
Em nota oficial, a administração encabeçada pelo ex-atacante Ronaldo Nazário detonou o Athletico, o CEO de negócios clube, Alexandre Mattos, e os empresários Andre Cury e Francisco Rocha. Segundo a Raposa, o jogador foi mal assessorado e Mattos usou de informações privilegiadas para beneficiar o Furacão.
O Cruzeiro ainda afirma que há erro técnico na contratação, já que a multa depositada seria menor do que o previsto na Lei Pelé.
"Não nos assusta o fato de tal processo ter sido articulado por André Cury e Alexandre Mattos, ex-diretor de futebol do Cruzeiro – que hoje exerce cargo similar no Athletico Paranaense. É notório que ele faz uso das informações contratuais que carregou do Cruzeiro em benefício de seu novo empregador", diz o texto.
"Atitudes repugnantes como a deste grupo vão absolutamente na contramão do profissionalismo que torcida e amantes do futebol esperam, ainda mais em um momento de fortalecimento da indústria do futebol com a ideia de criação de uma Liga Brasileira. Essa é a hora que os clubes precisam de diálogo e de entendimento e não de relações estremecidas", prossegue o comunicado, que dá a entender que o clube entrará na Justiça para manter Vitor Roque.
Leia a nota na íntegra:
O Cruzeiro Esporte Clube, em sua nova gestão, tem como princípio a transparência em todos os temas relevantes à sua torcida, imprensa e ao universo do futebol. Por isso vimos a público dar luz aos fatos que envolvem o atleta Vitor Roque.
Ao longo de todo o mês de março, a diretoria de futebol estabeleceu diversas conversas e negociações com os agentes André Cury e Francisco Rocha, caminhando para a formalização do novo vínculo com o ajuste salarial pretendido por eles para a renovação do Contrato de Trabalho do atacante. Entretanto, em vias de finalizar o negócio, as respostas obtidas começaram a se tornar esparsas e evasivas.
O Cruzeiro, verificando a obscena e já conhecida falta de ética de André Cury, mas determinado em contar com o atleta, e no exercício do seu direito de renovação do primeiro contrato de trabalho previsto pela Lei Pelé, foi diligente e formalizou sua proposta com protocolo do documento na Federação Mineira de Futebol.
Porém, na noite de domingo (10/4), o atleta se negou a renovar o Contrato Especial de Trabalho Desportivo com o clube, informando expressamente sua intenção de rescindir unilateralmente, supostamente por meio da realização do pagamento da cláusula indenizatória contratual prevista no art. 28, § 1o, I da Lei Pelé. Nesta terça-feira (12/4), através de liminar na Justiça do Trabalho foi registrada a rescisão no sistema da CBF.
Em se confirmando tal pagamento - ainda não disponibilizado ao clube - tratará de um equívoco técnico do atleta, de seu staff e do clube por trás da contratação. O Club Athletico Paranaense terá depositado em juízo quantia menor do que o previsto no § 11 do Art. 29 da Lei Pelé, que toma por base os salários ofertados pelo Cruzeiro Esporte Clube ao atleta.
Não nos assusta o fato de tal processo ter sido articulado por André Cury e Alexandre Mattos, ex-diretor de futebol do Cruzeiro – que hoje exerce cargo similar no Athletico Paranaense. É notório que ele faz uso das informações contratuais que carregou do Cruzeiro em benefício de seu novo empregador.
Atitudes repugnantes como a deste grupo vão absolutamente na contramão do profissionalismo que torcida e amantes do futebol esperam, ainda mais em um momento de fortalecimento da indústria do futebol com a ideia de criação de uma Liga Brasileira. Essa é a hora que os clubes precisam de diálogo e de entendimento e não de relações estremecidas.
Lamentamos que o atleta, extremamente mal assessorado, tenha embarcado para o Paraná optando por violar seu contrato de trabalho ainda vigente e abandonado sem autorização seu ofício. Aproveitamos para tornar público o nosso repúdio pelas práticas amadoras adotadas por André Cury.
De qualquer forma, o Cruzeiro Esporte Clube, com tranquilidade e conhecedor de seus direitos, não hesitará em adotar todas as medidas necessárias para preservá-los.
Alexandre Mattos rebate clube mineiro
Logo após a divulgação da nota do Cruzeiro, o CEO de Negócios do Athletico, Alexandre Mattos, rebateu a postura do clube mineiro. "Cruzeiro me ofereceu o jogador por R$40 mi mais dois jogadores. Foi aí que ficamos sabendo da multa. Então, não teve sacanagem, não teve maldade, não teve ninguém pedindo para não renovar. Não venham justificar erro, amadorismo", disse o dirigente à Rádio 98 Live.
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