Contra o Flamengo, Athletico aprende que não basta competir – é preciso jogar
Em 180 minutos, o Athletico abdicou de jogar futebol contra o Flamengo, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Arrancou um empate sem gols no primeiro jogo, mas não resistiu à qualidade do rival na partida desta quarta-feira (17), na Arena da Baixada. Resultado? Está eliminado do mata-mata mais importante do país.
O único gol do jogo, uma meia-bicicleta do atacante Pedro (12/2º), foi o suficiente para classificar os cariocas às semifinais – o domínio, no entanto, foi para mais. A primeira derrota do Furacão em casa em quatro meses (e também a primeira do técnico Felipão diante de sua torcida) deixam evidente que faltou ousadia e sobrou cautela.
Na verdade, nem o estádio lotado e a pressão do Caldeirão impulsionaram os donos da casa. Scolari armou a equipe com a mesma disposição tática do primeiro jogo, com três zagueiros e três volantes. Mas apesar de novamente deixar o Flamengo em vantagem na posse de bola (63% a 37%), o Fla não repetiu o volume absurdo visto no Maracanã.
A preocupação defensiva, contudo, limitou a chegada paranaense ao ataque. Com Pablo isolado, David Terans ficou sobrecarregado tentando armar. Escanteios eram praticamente a única maneira de levar perigo ao gol defendido por Santos – raras foram as jogadas de toque de bola, ao contrário do rival. A marcação forte atleticana, muitas vezes com faltas para parar o jogo, foi a tônica do primeiro tempo.
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Com mais qualidade técnica e opções, o Fla seguiu ditando o ritmo na etapa final. O goleiro Bento precisou fazer boas defesas em chutes de Rodinei e Arrascaeta. Só que a pressão foi demais para o Athletico. Cotado para a seleção brasileira, Pedro não desperdiçou cruzamento da direita e definiu com raro recurso técnico em um golaço.
Somente após estar em desvantagem, Felipão mudou a estratégia e buscou atacar mais, com Vitinho, Canobbio e Cuello no time. Não deu tempo de empatar, apesar de uma ou outra chance criada. Aparentemente, o time não sabia como agredir o Flamengo. E foi assim até o apito final, incluindo um tiro de Gabigol que parou na trave.
Lição importante para um time que segue vivo nas semifinais da Libertadores (encara o Palmeiras a partir de 30 de agosto) e está entre os primeiros do Brasileirão. A partir de agora, nas partidas contra times mais qualificados, não basta competir. É preciso jogar.
O Athletico encerra sua participação na Copa do Brasil com R$ 8,8 milhões nos cofres.
Ficha técnica
Copa do Brasil – Quartas de final (volta)
Athletico 0 x 1 Flamengo
Athletico: Bento; Matheus Felipe (Cuello), Thiago Heleno e Pedro Henrique; Khellven, Hugo Moura (Vitor Bueno), Erick, Fernandinho e Abner; Terans (Vitinho) e Pablo (Canobbio). Técnico: Felipão.
Flamengo: Santos; Rodinei, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Filipe Luís; Vidal (Victor Hugo), João Gomes, Éverton Ribeiro (Pablo) e Arrascaeta (Diego); Gabigol (Everton) e Pedro (Lázaro). Técnico: Dorival Júnior.
Local: Arena da Baixada (Curitiba-PR).
Data: 17/8/2022.
Gols: Pedro aos 12/2º.
Público: 39.360.
Renda: R$ 1.380,415.
Amarelos: Terans, Fernandinho, Hugo Moura, Pedro Henrique (CAP); João Gomes (FLA).
Árbitro: Raphael Claus (Fifa-SP).
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (Fifa-SP) e Neuza Inês Back (Fifa-SP).