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Pegador de pênaltis e polêmicas: a curta passagem de Bruninho Samudio pelo Athletico

Bruninho Samudiopelo Athletico

O goleiro Bruninho, filho de Eliza Samudio, foi dispensado da base do Athletico por indisciplina. Mas, dentro de campo, o jovem de apenas 14 anos vinha se destacando embaixo das traves, principalmente como bom pegador de pênaltis.

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No ano passado, por exemplo, o garoto pegou duas cobranças diante do Juventude para levar o Furacão às semifinais do Sul-Brasileiro BG Prime Sub-13, além de outra, que se tem registro, contra o Cruzeiro. A escolha por jogar na mesmo posição do pai Bruno foi um acaso.

“Eu estava jogando em uma escolinha. Um goleiro toda hora não podia ir para o treino e eu falei: ‘deixa que eu vou'. E estou aí até hoje”, contou em entrevista para a Rede TV, no começo do ano.

Recentemente, pela Copa Voltaço sub-14, que terminou no mês passado, Bruninho também foi escolhido como o melhor goleiro da competição.

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A dispensa do Athletico só aconteceu porque Bruninho teve problemas de comportamento tanto na escola quanto nas aulas de inglês no CT do Caju, de acordo com apuração do UmDois Esportes.

O clube tentou solucionar o caso internamente e orientar o atleta, mas não houve melhora. O futuro do jovem ainda é incerto. Procurado pela reportagem, o estafe do arqueiro disse que ainda não poderia comentar sobre assunto, nem sobre uma possível movimentação do goleiro no mercado da bola.

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Goleiro de 14 anos assinou o primeiro contrato em fevereiro

Bruninho vive em Curitiba com a avó Sônia, mãe de Eliza. Os dois se mudaram de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde o jovem ganhou destaque atuando no futsal. Após uma indicação, ele passou na avaliação do Athletico em 2022 e começou atuando no sub-13.

Com 1,88m, ele assinou o primeiro contrato, coincidentemente, no dia em que a mãe completaria 39 anos. O vínculo firmado previa uma ajuda de custo mensal, estudos e atendimentos médicos.

Na única entrevista que concedeu até hoje, para a Rede TV, Bruninho chegou a falar que “não tem nada, só pena” pelo pai.

“Era [bom goleiro]. Só que não era uma boa pessoa. Ele tinha uma carreira muito incrível pela frente e destruiu tudo”.

O jovem ainda disse que ficou indiferente quando descobriu a história dos pais. “Fiquei normal, porque tanto meu pai de sangue quanto minha mãe eram pessoas desconhecidas para mim. Não conheci, nunca vi na minha vida. Para mim, não fez tanta diferença”, completou.

O caso do goleiro Bruno e a morte de Eliza Samudio

Em 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver da ex-companheira, Eliza Samudio, além de sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. O goleiro foi considerado o mandante do crime, enquanto Eliza desapareceu em 2010, sendo que o corpo dela nunca foi encontrado.

Quatro anos depois, em 2017, a Justiça decidiu reduzir a pena em 18 meses. Já em 2019, após completar oito anos e dez meses na cadeira, o goleiro conseguiu progressão para o regime semiaberto. Em janeiro de 2023, entrou em liberdade condicional.

No futebol, Bruno teve passagens marcantes por Atlético-MG, Corinthians e Flamengo. Depois de sua prisão, jogou por Boa Esporte, Poços de Caldas e Rio Branco-AC, entre outros times de várzea. Além disso, outros clubes tentaram a contratação de Bruno, mas desistiram após repercussão ruim causada pela imagem do goleiro.

Na semana passada, Bruno foi anunciado pelo União do Bom Destino, time amador do interior do Espírito Santo.

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