Bolívar é “braço” do Grupo City na Bolívia e tem planos ambiciosos; entenda a parceria
Adversário do Athletico nas oitavas de final da Libertadores, o Bolívar é um "braço" do Grupo City na Bolívia desde 2021. O clube foi o primeiro sul-americano a fechar parceria com a empresa dos Emirados Árabes Unidos, dona de vários clubes ao redor do mundo, com destaque ao Manchester City.
O City Football Group (CFG), no entanto, não gerencia os Os Celestes. O Bolívar é propriedade do empresário Marcelo Claure, pelo menos até 2028. O boliviano assumiu em 2008 e tirou o clube da quase falência, com objetivo de transformá-lo em uma potência.
+ Confira a tabela do Athletico na Libertadores
A parceria entre Bolívar e City consiste em uma espécie de consultoria. Os bolivianos podem solicitar conselhos sobre metodologias de olheiros e treinamentos, estratégias de desenvolvimento das academias de jovens e ciência do esporte.
Também têm acesso à plataforma de dados e insights de futebol de propriedade do Grupo City aplicadas nos demais clubes.
Além disso, poderoso conglomerado dos Emirados Árabes tem ajudado o Bolívar a aumentar suas receitas, apoiado na construção e melhorias em instalações e estrutura; e na promoção e desenvolvimento da liga e funcionários.
Um desses planos já foi concluído com a construção do Centro de Alto Rendimento do Bolívar, um centro de treinamento de alto nível que abriga equipe principal, de base e elenco feminino.
O próximo passo é o Plano Centenário, com metas ousadas para 2025. Ser o primeiro time boliviano a ganhar uma Sul-Americana ou chegar à final da Libertadores, ser autossustentável, ser celeiro de revelação e exportação de atletas, aumentar os títulos anuais e a inauguração do novo estádio, para mais de 20 mil pessoas, estão entre elas - esta última começa justamente no dia da partida contra o Furacão, em que o presidente deverá mostrar a primeira parede da nova arena.
Como chega o Bolívar contra o Athletico
Fundado em 1925, o Bolívar é o clube com maior número de títulos do seu país: 30 taças. Os bolivianos estão em sua 37ª participação na Libertadores e a melhor campanha foi em 2014, quando chegaram até às semifinais. Desde então, não haviam passado da fase de grupos até esta temporada.
Em 2023, na chave C, classificaram-se na segunda posição, com 12 pontos (quatro vitórias e duas derrotas), e ficaram na sexta posição geral - o Athletico ficou em quinto. No campeonato boliviano, o time celeste é o quarto colocado, com 35 pontos, e não perde há sete jogos.
"O Bolívar é o quarto colocado no Campeonato Boliviano, a sete pontos do Strongest, o líder. Na Libertadores, como sempre, vai se fazer valer da altitude de La Paz. É um diferencial importante. Pensando nisso, o Athletico já sabe muito bem o que tem que fazer. Curiosamente, o último jogo de dez gols na Libertadores foi o Bolívar e o Athletico Paranaense, um jogo que o Athletico abriu 5 a 0 e levou o empate simplesmente porque ficou sem fôlego", relembra o comentarista dos canais ESPN, Leonardo Bertozzi.
"Não apenas a questão da resistência física, mas muitas questões condicionam o jogo, como chutes de longe, cruzamentos em que o tempo de bola é diferente. Tudo isso são questões que você tem que se adaptar. Não adiantar querer sair para marcar em cima que não vai aguentar", orienta do comentarista.
O técnico espanhol Benat San José não tem desfalques para o duelo. Um provável Bolívar tem: Lampe; Quinteiros, Ferreyra e Bentaberry; Jesús Sagredo, Viulamil, Justiniano e Uzeda; Chávez, Fernández e Patricio Rodríguez.