Em BH, família vira “embaixada” do Athletico: “Somos reconhecidos por sermos rubro-negros”
De pai para filho, de filho para os netos. A paixão pelo Athletico passa de geração para geração na família Suzuki. Começou com Emílio, o pai, passou para Júnior, o filho, e se perpetua com os netos Gabriel e Rafael. O apoio ao Furacão, que começou em Curitiba, continua firme em Belo Horizonte, capital que receberá, no domingo (12), o primeiro jogo da final da Copa do Brasil, entre Galo e Rubro-Negro, às 17h30.
Nascido em Curitiba, Emílio começou a frequentar os jogos do Athletico aos cinco anos com o pai. Juntos, eles iam aos jogos na Baixada antiga, e também foram presenças frequentes no Couto Pereira e no Pinheirão. Quando não podia se fazer presente nas partidas, o rádio também era fiel companheiro das jornadas.
E não faltam histórias para contar, desde a admiração por Washington e Assis, o famoso Casal 20, passando pelo histórico jogo entre Athletico e Flamengo, no Couto Pereira, maior público do futebol paranaense (67.391 pessoas), em 1983, até o gol contra de Berg, no Atletiba de 1990.
“Naquele jogo histórico contra o Flamengo, eu tinha oito anos, e lembro que não conseguia assistir ao jogo. O placar já estava 2 a 0, e a torcida gritava ‘mais um, mais um’, só que eu muito criança, entendia que era ‘azul’", lembra, aos risos, em entrevista ao UmDois Esportes, em Belo Horizonte.
No final de 2001, após a conquista do título brasileiro, Emílio passou a morar em Belo Horizonte, por causa de uma especialização médica, e acabou conhecendo a mineira Cibele, com quem se casaria logo depois. Os frutos da união são os gêmeos Gabriel e Rafael, de 14 anos.
O sorriso no rosto em recordar tantas lembranças ligadas ao Furacão só se esconde ao lembrar do pai, que faleceu há dois anos, no dia do primeiro jogo da final da Copa do Brasil entre Athletico e Internacional. Seu Emílio morreu aos 74 anos, e não conseguiu ver a vitória por 1 a 0 na Arena da Baixada, com o consequente título conquistado no Beira-Rio, com outra vitória, por 2 a 1.
Mesmo longe de Curitiba, a família Suzuki nunca largou o Athletico, seja pelas transmissões ou nos jogos locais contra Cruzeiro e Galo, em Belo Horizonte, ao longo dos dez últimos anos. Sócio, Emílio continua pagando três cadeiras na Arena da Baixada.
“Todas as amizades que fiz aqui sempre souberam que eu era torcedor do Athletico. Alguns, por tabela, também acabavam torcendo e simpatizando com o Furacão. Na escola, os meninos sempre foram reconhecidos por serem rubro-negros”, conta o médico.
A expectativa, é claro, está por conta das finais da Copa do Brasil, e a chance de conquistar o bicampeonato. Emílio acredita que o Athletico tem condições de levar um bom resultado para a decisão em Curitiba, na próxima quarta-feira (15), na Baixada.
“Tudo pode acontecer. Vai muito da concentração, de como o Athletico estará focado para essa decisão, de jogar bem organizado atrás. O Galo é um time que ataca muito, e o Furacão aposta no contra-ataque. Se eles jogarem como foi naquela vitória contra o Flamengo [3 a 0 no Maracanã, na semi], acredito que há chances. A torcida deles realmente empurra muito no Mineirão, e o time reage bem. E é só lembrar de como vendemos caro aquela vitória sobre os nossos reservas na Arena [1 a 0 para o Galo, pelo Brasileirão]. Vamos torcer muito por uma vitória”, disse.