Entrevista

Bento aponta "bode expiatório", critica diretoria e fala sobre a relação com o Athletico

Por
Vinicius Cordeiro
05/02/2025 19:22 - Atualizado: 05/02/2025 20:36
Bento concedeu entrevista ao UmDois Esportes
Bento concedeu entrevista ao UmDois Esportes | Foto: Arte/UmDois Esportes

Goleiro mais caro do futebol brasileiro, Bento vive há praticamente sete meses na Arábia Saudita. Vendido por 18 milhões de euros (cerca de R$ 107 milhões) pelo Athletico ao Al-Nassr, time de Cristiano Ronaldo, em julho do ano passado, o jogador de 25 anos mira estar na Copa do Mundo 2026.

Em entrevista exclusiva ao UmDois Esportes, o goleiro falou que acompanhou o rebaixamento do Furacão e não deixa de assistir, quando pode, aos jogos da equipe.

"Foi difícil. Durante a Copa América, acompanhei todos os jogos. A gente ganhava, aí começou a sequência de levar gol nos acréscimos. Depois que eu saí, acabava complicando pelo fuso horário. A gente está seis horas na frente e se o jogo fosse tarde, eu acordava e logo via o celular", conta.

"No fim foi sofrido e triste. O último jogo contra o Atlético-MG, coloquei camiseta, tudo no sofá e todo mundo torcendo. Agora, é torcer para voltar com tudo porque o Athletico não tem calibre para ficar na Série B. Tem que ser Série A, indo para Libertadores e brigar sempre por título", completou.

Bento afirma que goleiro virou "bode expiatório" no Athletico

O substituto natural de Bento seria o goleiro Léo Linck, vendido ao Botafogo neste mês. No entanto, Linck perdeu a titularidade da meta do Athletico para Mycael após uma série de falhas.

"É uma pena tudo que aconteceu. Às vezes são fases que a gente pega uma sequência de jogos. Não dependia só dele, mas acabava dando errado, ele levava o gol e não tinha muita culpa. Mas acabaram pegando ele como bode expiatório. Tiveram algumas falhas, lógico. Ele sabe e até assumiu isso publicamente, mas futebol é isso", avaliou.

Para Bento, ainda ficou uma tristeza por Linck não ter conseguido a sequência imaginada por eles.

"Como eu, iniciou desde cedo no Athletico e ele tinha o sonho de fazer uma linda história aí e por ora deu uma pausa. Quem sabe no futuro ele possa voltar, a gente nunca sabe. É desejar tudo de bom para ele no Botafogo e chacoalhar a poeira", completou.

Bento e Léo Linck, ex-goleiros do Athletico. Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes.
Bento e Léo Linck, ex-goleiros do Athletico. Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes.

Mágoa após o Furacão ter rejeitado as propostas da Europa?

O Athletico recusou ofertas do Benfica e da Inter de Milão por Bento, que sempre ressaltou o desejo de ir para o futebol europeu. Apesar disso, o goleiro nega que guarda rancor pelas negociações terem sido fracassadas.

"Chateado acho que todo mundo fica quando chegam propostas assim. Conversei [com a diretoria] quando tinham negociações. Falei o que eu sentia, o que eu imaginava e via para minha carreira. Chateado fica na hora que o pessoal nega. Mas não ficou nenhum rancor. Tudo tranquilo e resolvido. O que eu ia falar? Para o Petraglia abaixar o preço? Não tinha como, né?

Ele ainda fala que poderia ter saído antes do Furacão, mas que a permanência até julho de 2024 também foi pela ausência do presidente Mario Celso Petraglia, que enfrentou problemas de saúde e ficou afastado do dia a dia.

"Talvez o que fez eu ficar um pouco mais no Athletico foi a época que o Petraglia estava bem doente. Se eu não me engano, estava internado em São Paulo e o contato ficou restrito. Talvez, se ele estivesse um pouco mais ativo no clube essa época, poderia ter acontecido. Mas de mágoa não ficou nada, tudo tranquilo", completou.

Bento comenta sobre afastamento dos ídolos e critica diretoria

Bento também falou sobre a situação do zagueiro Thiago Heleno e do atacante Pablo, anunciado pelo Sport. Ídolos do Athletico pelos títulos conquistados, os dois ficaram com a mancha do rebaixamento e foram descartados para 2025.

Pablo chegou a aceitar a proposta de renovação com diminuição salarial, mas o presidente Petraglia interveio no processo e retirou a oferta, segundo informação do colunista Augusto Mafuz.

"Falar as melhores coisas possíveis. Foram caras que me ajudaram bastante desde quando eu subi para o profissional. Quando o Pablo estava fora do clube e eu estreei, ele falou comigo e me deu parabéns. O Thiago também é outro cara excelente. Fico triste pela situação e como acaba o ano para eles", disse Bento sobre os ex-companheiros.

Além disso, o goleiro deu uma alfinetada na diretoria do Athletico e relembrou que a falta de reforços foi uma das marcas do rebaixamento.

"Todo mundo têm um pedacinho da culpa, não só os jogadores. Diretoria também, sabia que tinha que reforçar o elenco. Mas passado é passado, tá escrito e não tem como mudar. Acho triste por eles, mas vida que segue. É desejar o melhor no futuro", completou.

Bento em ação pela seleção brasileira. Foto: Pedro Nasper/Baller Studio.
Bento em ação pela seleção brasileira. Foto: Pedro Nasper/Baller Studio.

Assista à entrevista completa com o goleiro Bento

Confira a íntegra da entrevista do UmDois Esportes com o goleiro Bento

Como foi a chegada a recepção no Al Nassr? Nas redes sociais, todo mundo ficou empolgado com o Super Bento e os árabes ficaram muito felizes.

Bento: Foi uma chegada tranquila até. Cheguei em Portugal, onde estavam fazendo a pré-temporada. Não tive um contato tão direto com a torcida logo quando cheguei, mas pelas redes sociais, tudo que foi criado do Super Bento, ficou bem bacana. Eu não sabia e ninguém me falou nada. Depois que eu cheguei na Arábia, no estádio, a torcida já fez musiquinha e fica cantando. Foi muito legal e é muito legal até agora".

Como é o vestiário galáctico e a relação com as outras estrelas do time?

Bento: No inglês eu me viro bem, melhorei bastante desde que cheguei e isso facilitou no começo, principalmente com os árabes. Alguns falam bem, outros nem tanto e outros não falam nada. Às vezes a comunicação é só no olhar, apontando.

O Mané é bastante amigo do Taffarel, então a gente conversa bastante. O Talisca é muito gente boa, acabou saindo, o próprio Alex Telles, que está no Botafogo, também me recebeu muito bem. O Otávio também é outro cara sensacional, que não imaginava que era tão gente boa.

E tem o Cristiano, né. Ele chegou um pouco depois na pré-temporada porque ele jogou na Eurocopa e pegou mais tempo de férias. Me surpreendi bastante. A gente espera um cara mais fechado e na dele, mas o cara é bem tranquilo e muito gente boa.

Eu não esperava que ele [Cristiano] conversasse de qualquer coisa. Já conversamos de série de Netflix, de nutrição, que é o que o cara gosta. Muito assunto aleatório, que nem imagina que poderia conversar. Um cara normal. A gente que acaba criando essa mística em cima da pessoa, mas um cara muito tranquilo mesmo.

Como você avalia o nível do Campeonato Saudita? É melhor que o Brasileirão?

Bento: Tem umas equipes que você não acaba conhecendo por nome, mas tem jogadores são destaque nas seleções. Tem bastante jogadores de seleções africanas, países de um outro mundo da Europa.

Todo jogo sempre tem surpresa, principalmente porque os jogadores da frente são diferenciais. As equipes menores da Arábia acabam investindo mais somente no ataque porque é o que faz a diferença, o que faz gol. É a chance deles e isso me surpreendeu bastante [o nível].

Em comparação com o Brasil, é praticamente o mesmo nível. Talvez aqui até um pouco mais pelo fato de ter jogadores muito mais renomados. O Brasil também tem bastante, mas aqui ainda ganha. Talvez por ser uma liga que começou a crescer mais agora, ainda tem um pouco de preconceito o pessoal. Mas é um nível muito alto. Todas as partidas são difíceis.

Às vezes, um resultado ou outro que acaba chamando a atenção. Por exemplo, o Al Hilal ganhou de 9 a 0 e a gente jogou contra esse time [Al Fateh] duas rodadas depois e ganhamos de 3 a 1. Então é um jogo que acaba acontecendo, mas é muito difícil. É uma liga de muita competitividade.

Os jogos na Arábia dão a sensação que fica um ataque contra defesa, um toma lá dá cá na reta final dos jogos. Contra o Al-Raed, na semana passada, você ficou super bravo com o gol sofrido. Como é isso?

Bento: Desde a parada que a gente teve em dezembro, que a gente pegou uma folga, a gente não conseguiu terminar uma partida sem tomar gol.

Aquela [partida] estava tudo controlado e a gente deu uma bobeira. Um chute que os caras acertam, que não tinha o que fazer. E a gente estava com o jogo 2 a 0, eles fizeram e o jogo muda. Pô, não tem como não ficar louco. A gente com o jogo controlado. E a liga é isso. Está 2 a 0, você acha que está com o jogo na mão e eles acham um contra-ataque e o jogo fica quente de novo. Aí vira um ataque contra defesa e acontece do placar ficar elástico. Está 2 a 1 e fica 4 a 1, 5 a 1. É loucura.

Na Arábia Saudita tem outros jogadores brasileiros, como o Renan Lodi, que também foi revelado pelo Athletico. Como é essa relação aí, vocês conseguem se encontrar?

Bento: No condomínio onde eu moro, tem jogadores de outras equipes e do Al Nassr. Tem jogadores do Al Shabab, da comissão técnica também. No dia a dia, fora do condomínio, é mais difícil de encontrar.

Às vezes eu falo com o Renan e ele brinca comigo: "você veio aqui e nem combinamos nada ainda". Mas é que é correria, às vezes você só quer descansar. As sequências são bem pesadas e você quer ficar com a família.

Bento pelo Al Nassr. Foto: Mosa Ali/Baller Studio.
Bento pelo Al Nassr. Foto: Mosa Ali/Baller Studio.

Você contratou um cozinheiro aí para ajudar na parte de nutrição. Como é esse cuidado fora do campo?

Bento: Quando eu cheguei, não trouxe ninguém do Brasil. O Lucas trabalhava com o Alex [Telles]. Quando ele saiu, ofereceu e eu conversei com o cozinheiro. Já tinha a ideia de trazer alguém para ajudar com isso. E estamos junto até hoje. Está sendo importante para mim porque acaba facilitando e até me ajudando dentro de campo, com a performance e tudo mais.

Na parte física, eu até estava pensando, quando era a comissão do Luís Castro, em pegar um preparador físico mais por fora. O preparador tinha era mais tranquilo e deixava mais à vontade. Acabava faltando um pouco isso, mas depois, com a chegada do Pioli, ele trouxe um estafe que tem um trabalho um pouco mais físico. O pessoal conhece bem o trabalho físico dos italianos, que é pegado mesmo. Com a chegada dessa comissão toda, melhorou bastante essa questão da parte física e estou contente. Se futuramente, se precisar de fisioterapeuta ou alguma coisa, tenho algumas cartinhas na manga. Está tudo engatilhado.

Você falou da chegada do Stefano Pioli, que teve um trabalho vitorioso no Milan, no lugar do Luís Castro. Como foi essa mudança para você?

Bento: Foi a comissão do Castro que me indicou para o clube. Sou muito grato ao Castro por ter a oportunidade de ter vindo para cá. O trabalho dele em si foi muito bom, não tem nada o que falar. No geral, já tinha esgotado o pessoal. Acho que precisava de uma mudança, ter um cara mais firme em relação à cobrança. Talvez, acho que abrir mão de uma coisa ou outra, acabou complicando e não conseguia quando precisava ser um pouco mais firme. Isso acabou pecando um pouco para os resultados não virem para ele da melhor forma.

O Pioli já deu uma mudada, a gente teve uma sequência muito boa. Está sendo muito bom e o estafe dele é muito competente. A gente estava jogando de uma forma e mudou bastante. Com o Castro a gente não tinha tão definida se ia fazer uma saída de bola, dependia da pressão do time. Com o Pioli já tem decidido o que vai ser, independente de como vai pressionar. E isso está fazendo a diferença para a gente estar evoluindo.

O Al-Nassr está atrás do Al-Hilal e do Al-Ittihad no Campeonato Saudita. Como que funciona essa pressão pelo título na Arábia?

Tem cobrança, mas nem se compara ao Brasil. Se vai encontrar alguém na rua, o cara só vai pedir para tirar foto com você. Aqui é bem mais tranquilo. Tem a cobrança tanto da torcida quanto dentro do clube... É o maior clube da Arábia junto com o Al Hilal.

Deixamos escapar alguns pontos em partidas que a gente teria que ter ganhado. Acabou acontecendo e a gente ainda tem chance na Liga. Mas é difícil, os outros times são grandes equipes e vivem um bom momento.

Nossa chance maior é na Champions, mas vamos seguir acreditando até o final. Todo mundo tem chance e é ter fé porque as coisas podem acontecer.

Você nunca escondeu o sonho de jogar na Europa. Existe um arrependimento pela decisão de ter ido para a Arábia Saudita?

Foi acertada e não me arrependo nenhum pouco. Ainda tenho o sonho de jogar na Europa, é um objetivo meu. Não sei se daqui quatro anos, quando acabar meu contrato, ou dois, que pode vir alguma proposta de algum time de lá. Mas estou muito contente, muito feliz. Quando surgiu, eu não queria tanto. Mas as coisas foram tomando um rumo que eu tive que escolher vir para cá. Se eu esperasse mais um pouco, talvez não sairia na janela do meio do ano.

Pensando na seleção brasileira, acha que a Arábia Saudita te ajuda em algum sentido? Como é sua relação com o pessoal, com o Alisson e o Ederson?

Bento: Um dos fatores para eu ter vindo para cá foi ter perguntado se eu seguiria no radar e sendo observado. Eles me informaram que sim. Então pesava muito isso. Depois que eles falaram, no dia seguinte eu já dei ok para o pessoal do Al Nassr seguir com a proposta. Foi tudo muito rápido, de um dia para o outro que aconteceu tudo.

O Alisson e o Ederson são excelentes pessoas e profissionais. Toda vez que eu estive lá, foi muito agradável. A gente respeita cada um o seu espaço. É seguir trabalhando para continuar indo para a seleção e conseguir meu objetivo de ir para a Copa do Mundo.

Nessa última semana, tivemos o Neymar saindo da Arábia Saudita e voltando ao Santos. Como foi a repercussão aí?

Bento: Fica uma pena por ele ter se machucado e ter ficado tanto tempo fora. Se não tivesse a lesão grave, com certeza ele não teria saído daqui. Tinha voltado e se recuperado, esperava ser inscrito no campeonato de novo. É uma pena para o campeonato e sorte a nossa que não vai jogar contra ele. Como não jogou, ele não criou tanto esse vínculo com torcida e o carinho. Realmente uma pena. Mas quem joga futebol sabe que está sujeito a lesões. Sorte a nossa que ele saiu e desejar tudo de bom para ele para ajudar nossa seleção também.

Como foi acompanhar o Athletico depois de sair? Como você viu o rebaixamento?

Cara, foi difícil. Durante a Copa América, acompanhei todos os jogos. A gente ganhava, aí começou a sequência de levar gol nos acréscimos. Depois que eu saí, acabava complicando pelo fuso horário. A gente está seis horas na frente e se o jogo fosse tarde, eu acordava e logo via o celular.

Foi sofrido. O último jogo contra o Atlético-MG, coloquei camiseta, tudo no sofá e todo mundo torcendo. Foi triste, mas não teve como evitar. Agora é torcer para fazer uma grande Série B e voltar com tudo porque o Athletico não tem calibre para ficar na Série B. Tem que ser Série A, indo para Libertadores e brigar sempre por títulos.

A troca de goleiros foi algo que chamou a atenção no centenário. Léo Linck era seu substituto natural, teve uma sequência com boas defesas e depois falhou, como na expulsão contra o São Paulo em que ele perdeu a cabeça. Como ficou essa relação depois de você ter saído?

Bento: Durante a Copa América, eu conversava bastante com ele. Quando eu estava no clube, ele foi muito bem e isso deixou o pessoal tranquilo porque todo mundo sabia do potencial dele.

É uma pena tudo que aconteceu. Às vezes são fases que a gente pega uma sequência de jogos... Não dependia só dele, mas acabava dando errado, ele levava o gol e não tinha muita culpa. Mas acabaram pegando ele como bode expiatório. Tiveram algumas falhas, lógico. Ele sabe e até assumiu isso publicamente, mas futebol é isso.

Todo mundo está sujeito a falha. Fico triste por ele não ter a sequência que gostaria de ter. Como eu, iniciou desde cedo no Athletico e ele tinha o sonho de fazer uma linda história aí e por ora deu uma pausa. Quem sabe no futuro ele possa voltar, a gente nunca sabe. É desejar tudo de bom para ele no Botafogo e chacoalhar a poeira. Já aconteceu comigo e acontece com os melhores do mundo.

Já o Mycael tomou conta do gol e assumiu a titularidade de vez. E o Santos agora volta para o Athletico. São dois caras que você também conhece.

Bento: O Mycael, a gente sempre trabalhou junto. Ele subiu cedo para o profissional e descia para jogar. Um outro goleiro excelente. Toda categoria de base da seleção, ele participou. Não teve culpa. Achei que ele foi muito bem, até salvou bastante e evitou o rebaixamento um pouco mais cedo.

Com a chegada do Santos, vai ajudar muito ele e também o próprio Santos. É o goleiro mais vitorioso da história do clube. É desejar toda a sorte do mundo para os dois e que eles se ajudem. Goleiro tem que ser amigo, um ajuda ao outro e também a equipe.

Outros dois ex-companheiros tiveram um futuro incerto com o rebaixamento do Athletico. Thiago Heleno e Pablo chegaram a negociar a permanência, mas foram descartados pela diretoria. O que você pode falar sobre eles?

Bento: Falar as melhores coisas possíveis. Foram caras que me ajudaram bastante desde quando eu subi para o profissional. Quando o Pablo estava fora do clube e eu estreei, ele falou comigo e me deu parabéns. O Thiago também é outro cara excelente. Fico triste pela situação e como acaba o ano para eles, marcado para o rebaixamento. Todo mundo têm um pedacinho da culpa, não só os jogadores. Diretoria também, sabia que tinha que reforçar o elenco. Mas passado é passado, tá escrito e não tem como mudar.

Fico um pouco triste por como foi esse final para eles. O Pablo falou que gostaria de ficar no clube, o Thiago também. São caras que ajudariam muito, mas por decisão da diretoria não vão ficar. Acho triste por eles, mas vida que segue. É desejar o melhor para eles no futuro.

E falando da diretoria. Você teve propostas do Benfica, Inter de Milão. São clubes gigantes. Você ficou chateado por terem recusado ofertas da Europa por você? Chegou a falar com algum diretor ou o Petraglia?

Chateado acho que todo mundo fica. Quando chega proposta assim, de times como esses aí. Mas também não tem como ficar chateado, tem contrato com o clube e eu estava feliz no Athletico. Eu estava jogando, a gente estava brigando pela Libertadores e vinha de um vice campeonato do outro ano.

Conversei quando tinham negociações. Falei o que eu sentia, o que eu imaginava e via para minha carreira. Chateado fica na hora que o pessoal nega. Mas não ficou nenhum rancor. Tudo tranquilo e resolvido. O que eu ia falar? Para o Petraglia abaixar o preço? Não tinha como, né?

Talvez o que fez eu ficar um pouco mais no Athletico foi a época que o Petraglia estava bem doente. Se eu não me engano, estava internado em São Paulo e o contato ficou restrito. Talvez, se ele estivesse um pouco mais ativo no clube essa época, poderia ter acontecido. Mas de mágoa não ficou nada, tudo tranquilo.

Falando no Petraglia, ele chegou a mostrar o dedo do meio para a torcida do Athletico na semana passada. Você sempre disse que virou torcedor do clube também... O que achou?

Quem conhece o presidente sabe como ele reage a isso. Se eu não me engano, já fez outras coisas também. Talvez uma reação que ele já falou, que não gosta de levar desaforo para casa. Ele tem direito a opinião dele. Tem gente que vai achar ruim ou certo da parte dele. Não cabe a mim.

E para fechar, quais são as metas para essa temporada? Você já falou da Champions Asiática e do Cristiano. Ele vai ficar mais tempo aí com vocês no Al Nassr?

Bento: Ao que tudo indica ele vai ficar mais um tempinho com a gente. Ele deu uma letrinha que vai aposentar aqui na Arábia, mas nunca se sabe o dia de amanhã. O bicho é meio doido. Às vezes pode acontecer alguma coisa, mas espero que ele termine com a gente e faça o milésimo gol com uma assistência minha.

A gente tem chances, igual tem na Liga. A gente vai brigar, principalmente agora que vamos ter confrontos diretos.

Bento em ação pela seleção brasileira. Foto: Pedro Nasper/Baller Studio.
Bento em ação pela seleção brasileira. Foto: Pedro Nasper/Baller Studio.

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Formado pela PUCPR, trabalhou por dois anos nas editorias de Esportes e Cidades da Gazeta do Povo. Entre 2019 e 2024, atuou como repórter em diversas coberturas de Política pelo Paraná Portal, antigo parceiro do UOL. Desde 2021, p...

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