Varini admite surpresa com demissão, comenta "bipolaridade" do Athletico e treta com Nikão
O técnico Martín Varini concedeu entrevista para a Trétis, veículo de torcedores do Athletico, na noite de quarta-feira (25), e respondeu vários questionamentos sobre sua passagem pelo clube.
O uruguaio admitiu surpresa com sua demissão na última segunda-feira (23) e disse que a diretoria já conversava com ele sobre o planejamento para 2025.
"Foi uma surpresa, pelo menos, pelo que me transmitiam. Estávamos até falando um dia antes sobre o futuro, sobre o projeto do Athletico, pensando também no ano que vem. Então, a gente estava pensando não só no agora, mas no futuro. Por isso, a surpresa. Para os jogadores também, ficaram meio assim, não entenderam. Mas são decisões, e eu respeito", afirmou.
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O ex-treinador também falou sobre como era seu contato com diretores, jogadores e que não chegou a encontrar o Mario Celso Petraglia. O presidente não está diariamente no clube porque trata de problemas de saúde.
"Ele [Petraglia] me ligou, quando estava no Uruguai. Uma conversa muito bacana, me falou muito do clube, fez o convite. No dia a dia, foi pouca. Algumas mensagens no começo, mas, claro, pelas questões de saúde. No dia a dia, a conversa era mais com o Márcio [Lara], o Paulo Miranda, antes com o Mazzuco, depois com o Autuori. Mas não cheguei a conhecê-lo pessoalmente. Mas para mim está tranquilo, principalmente pela questão da saúde. É uma decisão tomada, não peço explicações", comentou.
"Bipolaridade" do Athletico e olhar para o rebaixamento
Varini ainda respondeu sobre a diferença da equipe nos resultados nas Copas e no Brasileirão. O ex-treinador tinha aproveitamento de 83% nos mata-matas, mas de apenas 22% na Série A. O uruguaio comentou que não via diferença de rendimento e revelou que, internamente, não se falava em rebaixamento. O Athletico caiu para a 15ª posição, com 31 pontos, a três da ZR.
"Nessa bipolaridade das Copas e do Brasileiro, eu não via tanta mudança no rendimento. Jogo contra o Inter, foi um baita jogo. Contra o Juventude, nosso melhor jogo, só caímos depois do gol deles. Mas é muito difícil se manter em três competições com alto nível. Tentamos fazer de tudo, poupar, jogar com um só time, poupar metade. Mas aconteceram coisas. Como treinador, não sei analisar resultados, mas sim rendimentos. Mas ainda faltam 14 jogos, e vai conseguir o que necessita", disse.
"Internamente, se falava em melhorar no Brasileirão, mas não se falava em rebaixamento. O que falava é que nas Copas estávamos muito bem e de tentar fazer bem também no Brasileiro. Não fizemos jogos não focados no Brasileirão, mas foram consequências. Mas, sim, o foco do grupo está em melhorar no Brasileirão. Sabíamos que tínhamos time para estar mais acima. Não [se falava em rebaixamento], apenas de evoluir", revelou Varini.
Varini comenta afastamento de Nikão
Por fim, Martín Varini também voltou a falar sobre a relação e afastamento do meia Nikão. O profissional disse que foi uma questão de "energia" e pelo "melhor para o grupo", mas não entrou em detalhes. Nikão foi reintegrado após a saída de Varini.
"Por mais que agora eu não esteja mais no clube, minha ética e forma de liderança se manteve. E eu acredito que o treinador tem que falar com as pessoas que tem que falar, na hora que tem que falar. E como são questões com jogadores, e eu já fui jogador, eu tenho muita empatia. Então, não tenho muito mais a falar. A decisão que tomei foi pensando no grupo, no melhor para o dia o dia, para a energia que a gente tinha no dia a dia. E acredito que sido a melhor decisão", ressaltou.
"Mas eu respeito muito o Nikão, ainda mais pela história dele com o clube. Nunca foi uma coisa pessoal. Eu não tenho nada contra ele. Estou tranquilo com as decisões que tomei e como trabalhei para o grupo e para o clube. Desejo o melhor para ele, e para o clube também", finalizou.