No Centenário, Athletico vence o Red Bull Bragantino e é bicampeão da Sul-Americana
Três anos depois, o Athletico levanta novamente a taça da Copa Sul-Americana. Campeão em 2018, na Arena da Baixada, o Furacão venceu o Red Bull Bragantino por 1 a 0, neste sábado (20), no Estádio Centenário, palco clássico do futebol mundial.
Nikão foi o autor do gol do jogo. Terans chutou forte, de dentro da área, e o camisa 11 emendou bola defendida por Cleiton com um voleio de perna esquerda, que bateu na trave antes de entrar, aos 28 minutos do primeiro tempo.
O título garante ainda o Rubro-Negro na edição 2022 da Libertadores da América, classificado para a fase de grupos. E também mais um duelo por novo troféu, na Recopa Sul-Americana, contra Palmeiras ou Flamengo, os finalistas da Libertadores 2021.
Ao vencer a competição, primeiro brasileiro bicampeão, o Athletico leva ainda premiação importante, US$ 4 milhões, o equivalente a cerca de R$ 22,5 milhões na cotação atual. Valor somente por ter batido o oponente paulista.
O primeiro tempo
O Red Bull Bragantino começou dominando as ações sem, entretanto, criar chances. Foi apenas por volta dos 15 minutos que o Furacão passou a avançar ao ataque. Até que, aos 17, Terans invadiu a área, pela esquerda, mas chutou fraco, para fácil defesa de Cleiton.
O adversário respondeu e, aos 19, desferiu dois arremates perigosos com Cuello. Primeiro, num escanteio que quase entrou direto, depois, com um chute cruzado o argentino fez Santos esticar-se todo. A bola foi para fora.
E quando os times trocavam bolas, aos 28, a rede balançou na mítica cancha uruguaia. Terans aproveitou vacilo de Aderlan, rompeu pela área e chutou forte. Cleiton espalmou, a bola subiu e Nikão, num malabarismo, emendou de perna esquerda, de voleio: 1 a 0.
Dono do placar, o Rubro-Negro decidiu explorar os contragolpes. E os paulistas, em desvantagem, começaram a exigir o goleiro Santos. Aos 41, Helinho chutou forte e o atleticano segurou com firmeza. E aos 46, fim da etapa inicial.
O segundo tempo
A etapa derradeira largou com os times cadenciando o jogo, reflexo do primeiro tempo disputado todo sob o forte sol de Montevidéu e temperatura na casa dos 25º graus. E foi aos 6 minutos que Nikão cruzou, Terans ajeitou de peito e Cittadini chutou para fora.
Com 20 minutos, o conjunto de Bragança Paulista seguia mais perigoso, em busca da igualdade no placar. Arthur recebeu e chutou cruzado, à direita de Santos. Já o Furacão seguia apostando nos contra-ataques puxados por Nikão.
A partir dos 30 minutos, Alberto Valentim e Mauricio Barbieri começaram a mexer nas equipes. E o ritmo foi caindo, com o Athletico gastando, cada vez mais, o tempo. Até que, após os seis minutos de acréscimo, o apito final.
Bicampeões e melhor fase
Do elenco atual, cinco jogadores participaram das duas conquistas. O goleiro Santos, o zagueiro Thiago Heleno e o meia Nikão, titulares em ambas as edições, mais o lateral-esquerdo Márcio Azevedo e o zagueiro Zé Ivaldo, reservas.
A taça continental reforça ainda a melhor fase da história do Furacão em termos de títulos. Campeão em 2018 da Sul-Americana, diante do colombiano Junior Barranquilla, o Rubro-Negro também venceu a Copa do Brasil, no ano seguinte, batendo o Internacional.
E após um 2020 em que ficou somente com o tricampeonato paranaense, volta a triunfar, novamente no cenário internacional. De quebra, ainda pode levantar outro caneco na atual temporada. É finalista da Copa do Brasil ante o Atlético-MG, com jogos em 12 e 15 de dezembro.
Duelo de gestões modernas
Foi o desfecho para um combate de estilos de bem-sucedidos de gestão comumente associados ao soccer business. Equipes que são consideradas como integrantes de uma "nova ordem" do futebol brasileiro que, com o tempo, vê times tradicionais, taxados de "grandes", serem engolidos por um esporte exigente do ponto de vista do controle das finanças.
O Athletico, com seu regime autocrático e empresarial, baseado na figura do presidente Mario Celso Petraglia, há mais de 20 anos no poder na Baixada e, mais recentemente, alçado ao cargo de CEO, por ele próprio, como um dirigente remunerado.
E o Red Bull Bragantino, por sua vez, que saiu do colo da família Chedid para ganhar status internacional turbinado pela multinacional austríaca de bebidas energéticas. Já acostumado com as séries C e B do Nacional, foi incorporado pela empresa e, na mesma temporada, subiu para a divisão de elite após 22 anos de ausência.
* Reportagem de André Pugliesi