Athletico perde novamente e Galo leva bicampeonato da Copa do Brasil
O impossível não se materializou. O milagre não aconteceu. Precisando, no mínimo, devolver uma derrota por quatro gols de diferença para levar a decisão da Copa do Brasil aos pênaltis, o Athletico tentou, mas ficou muito longe de concretizar a façanha.
Empurrado pela torcida na Arena da Baixada, o Furacão brigou e lutou – lembrando, em alguns momentos, o espírito copeiro encarnado na temporada 2021 –, mas esbarrou nas próprias limitações e novamente perdeu do Atlético-MG, por 2 a 1, na noite desta quarta-feira (15). O campeão brasileiro agora é bicampeão da Copa do Brasil e donos da Tríplice Coroa. No placar agregado, 6 a 1 para os mineiros.
O primeiro gol foi marcado por Keno aos 24 minutos do primeiro tempo, em contra-ataque veloz, com passes de pé em pé, bem ao estilo do conjunto treinado pelo curitibano Cuca. O segundo veio com Hulk, de cavadinha, na etapa final. Jáderson ainda descontou no fim.
A atuação atleticana, ao menos, serviu para minimizar o estrago da goleada sofrida no Mineirão, no último domingo (12). Desfalcado de Nikão (lesionado) e Thiago Heleno (suspenso) e contra um rival superior, a torcida reconheceu, cantou sem parar e aplaudiu ao apito final.
Afinal, mesmo com o vice-campeonato, o clube fechou um ano inesquecível, coroado pelo bicampeonato da Copa Sul-Americana, em novembro. Em 2022, El Paranaense volta à Copa Libertadores e, junto com ela, vem a expectativa de mais uma temporada ainda mais marcante.
O jogo
A partida foi nervosa do início ao fim. Com um minuto de jogo, após falta de Christian em Allan, aconteceu a primeira paralisação, seguida de um princípio de tumulto entre os jogadores.
As paradas foram comuns e a bola pouco rolou no gramado sintético, cenário totalmente favorável ao Atlético-MG. A primeira finalização do jogo, por exemplo, só saiu aos 17 minutos, quando Terans testou o goleiro Éverson, mas sem perigo.
Dois minutos depois, Cittadini cruzou, Pedro Rocha marcou e a Baixada explodiu em êxtase. Durou pouco. Após a revisão do VAR, o gol foi anulado porque a bola tocou na mão esquerda do atacante, que estava colada ao corpo.
A ducha de água fria aumentou depois de rápido contra-ataque do Galo, aos 24. Zaracho recebeu na direita e cruzou para Keno só completar e abrir o placar. O 5 a 0 no placar agregado desestabilizou o Furacão, que ficou exposto a mais contragolpes. Hulk, de cavadinha, quase ampliou.
Aos 39, quando Renato Kayzer saiu de campo lesionado, aos prantos, os mineiros já dominavam o jogo ao natural. A diferença de qualidade entre as equipe era escancarada.
O clima de tensão seguiu. E as confusões só aumentaram após a reclamação de cotovelada de Junior Alonso em Léo Cittadini e de Vargas chutar uma bola em direção à torcida atleticana.
O Athletico tentou uma blitz no início do segundo tempo, só que, nervoso, continuou errando passes. Fernando Canesin, com chutes de média distância, foi quem mais exigiu de Éverson.
Mingotti chegou a balançar a rede, com bonito chute após fazer o pivô, mas o impedimento foi assinalado no lance, aos 10 minutos. Mesmo em vantagem, o Galo ainda chegava com perigo em algumas ocasiões. E aos 34, Hulk acertou a cavadinha, em novo contra-ataque, e matou o jogo.
A Baixada, contudo, não parou de cantar. O Athletico foi aplaudido ao apito final, em reconhecimento a uma temporada inesquecível. Jáderson ainda descontou aos 41, dando números finais à decisão da Copa do Brasil.
A campanha
A trajetória rubro-negra na Copa do Brasil começou na terceira fase do torneio, contra o Avaí. Com um empate fora de casa (1 a 1), a equipe se classificou com um gol solitário de Vitinho, negociado com o Dínamo de Kiev logo depois, na Baixada.
Nas oitavas de final, o adversário foi o Atlético-GO. Novamente o Furacão venceu em casa (2 a 1) e empatou fora (2 a 2), mas dessa vez na ordem inversa à estreia.
O Santos foi eliminado pelo Furacão nas quartas de final, com duas vitórias por 1 a 0. Até então, o técnico era o português António Oliveira, que pediu demissão em setembro. O europeu, aliás, assistiu o jogo nas tribunas da Arena.
Alberto Valentim, contratado no mês seguinte, comandou o time a partir da semifinal, contra o Flamengo. O empate por 2 a 2 na Arena precedeu uma inesquecível vitória por 3 a 0 no Maracanã, que garantiu o Athletico na final contra o Galo.