Athletico no Mineirão: as boas lembranças, e também as más, do palco da primeira final
O Athletico inicia neste domingo (12), às 17h30, a primeira parte da final da Copa do Brasil, diante do Atlético-MG, no Mineirão. Em Belo Horizonte, Galo e Furacão darão o primeiro passo para saber quem ficará com o título em 2021.
O palco da primeira decisão traz boas e más lembranças ao torcedor rubro-negro. Tem título conquistado em Belo Horizonte, com Alberto Valentim em campo, mas derrotas doloridas em mata-matas por Brasileirão e Libertadores.
O UmDois Esportes resgata estes momentos no “esquenta” das partidas.
1999: Campeão da Seletiva com Alberto
Ano em que a Arena da Baixada foi inaugurada, 1999 foi especial para os torcedores do Furacão. No Brasileiro, a equipe não se classificou entre os oito primeiros. Encerrou em nono e se qualificou para disputar a Seletiva, torneio mata-mata que envolvia os clubes eliminados do campeonato e dava uma vaga na Libertadores. Passou por times como Portuguesa, Coritiba e Internacional nas primeiras fases, e depois também eliminou o São Paulo.
A final foi disputada contra o Cruzeiro, vice-líder do Brasileirão na primeira fase. No embalo de Adriano Gabiru, Lucas e Kelly, o Furacão venceu a primeira partida por 3 a 0, com gols do artilheiro Lucas, e conquistou importante vantagem para o segundo jogo. O ex-jogador relembrou a vitória.
“Foram dois jogos fantásticos. No primeiro, fizemos um jogo muito tático. Apesar do resultado, foi bem complicado, o time deles era muito forte e com jogadores experientes. Fizemos um gol no primeiro tempo, seguramos e sofremos bastante, mas no segundo tivemos calma e competência para fazer outros dois. Fazer os três gols nem em sonho de criança imaginava numa final fazer isso. Foi mágico e inesquecível”, disse em entrevista ao UmDois Esportes.
Na final, diante de um Mineirão lotado, no dia 21 de dezembro, nem mesmo a derrota por 2 a 1 tirou o título do Furacão, que ainda faturou uma vaga para a Libertadores, pela primeira vez em sua história.
“Jogamos mais leves, e tivemos muita audácia de jogar da mesma forma, indo pra cima, e conseguimos logo no início fazer um gol, que deu tranquilidade para sermos campeões”
Lucas, ex-jogador do Furacão
Atual técnico do Furacão, Alberto era o titular na lateral direita, no time comandado por Vadão. Campeão da Sul-Americana, ele terá a chance de conquistar mais uma taça, agora como treinador do clube.
“Ele sempre foi muito inteligente. Acredito que é merecido esse momento que ele vive, que será um divisor de águas na carreira dele. Gosto muito dele pessoalmente, pode soar suspeito, mas acredito que ele seja um dos melhores treinadores da nova geração. O Petraglia fez bem de dar essa chance para um cara que fez muito pelo Athletico como jogador", opina Lucas.
Na Copa do Brasil daquele ano, a equipe eliminou Sampaio Corrêa, Cruzeiro e Portuguesa, parando nas quartas ao perder para o Botafogo nos pênaltis.
Contra a Raposa, o Athletico havia empatado em 0 a 0 no jogo de ida, no Couto Pereira, e depois decidiu no Mineirão - o empate em 3 a 3, com gols de Lucas, Sandoval e Kleberson, garantiu a classificação.
“Com certeza, 1999 foi o melhor ano da minha carreira. Foi nesse ano que começaram as cogitações para uma possível convocação para seleção, o que se concretizou no ano seguinte. Naquele ano, fiz o primeiro gol da Arena, tem o famoso jogo contra o Flamengo, do 'Eu sou Lucas', e vários outros momentos marcantes”, relembra o artilheiro do Athletico daquela Seletiva, com cinco gols marcados.
1996: Galo, o algoz do Furacão
O Atlético-MG foi o algoz do Furacão no Campeonato Brasileiro de 1996. Naquele ano, o Athletico caiu nas quartas de final diante do Atlético-MG. Diante de 53 mil torcedores, o Rubro-Negro de Evaristo de Macedo perdeu por 3 a 1 no Mineirão (gols de Andrei para o Furacão, e Rogério Pinheiro, Leandro e Renaldo para o Galo).
Na volta, na Arena da Baixada, reforçada por arquibancadas tubulares e com a presença de 28 mil torcedores, o Furacão venceu por 1 a 0 (gol de Luís Carlos), e não conseguiu reverter a vantagem, sendo eliminado da competição.
2000: Dupla mineira elimina o Athletico
Duas eliminações doloridas para o Furacão em 2000 foram provocadas por Atlético-MG e Cruzeiro. Naquele ano, o Rubro-Negro disputava a Libertadores pela primeira vez, depois de se classificar com o título da Seletiva. Na fase de grupos, enfrentou times como Alianza Lima-PER, Emelec-EQU e Nacional-URU e ficou em primeiro lugar do grupo, com cinco vitórias e um empate. E aí apareceu o Galo no caminho nas oitavas.
De volta à Libertadores após 19 anos, o Atlético-MG impôs a primeira derrota do Athletico na Libertadores daquele ano. Na ida, o Furacão de Vadão perdeu por 1 a 0, com gol de Guilherme, no Mineirão.
Na volta, apoiado por 34 mil torcedores, o Furacão abriu o placar com Kelly e ampliou com Luisinho Netto, o homem da bola parada. No segundo tempo, Marques descontou e levou a decisão para os pênaltis. Adriano Gabiru escorregou na cobrança e bateu por cima do gol de Velloso, frustrando o sonho rubro-negro de seguir na competição, terminando em 5 a 3.
Também em 2000, o Athletico foi eliminado pelo Cruzeiro nas oitavas da Copa do Brasil. Na primeira partida, perdeu por 2 a 1 no Mineirão, e não conseguiu reverter na Arena da Baixada – um empate de 2 a 2 tirou o Furacão da competição.
2002 e 2018: Cruzeiro ataca novamente
A Raposa voltou a ser a “pedra no sapato” do Furacão em outras duas vezes. Em 2002, o Athletico participou da Copa Sul-Minas, torneio ao lado de clubes de Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.
No primeiro jogo da final, o Athletico perdeu em casa no dia 12 de maio para o Cruzeiro, por 2 a 1 (gols de Edílson, Fábio Júnior e Alex Mineiro), frustrando 34 mil torcedores. Em desvantagem, foi derrotado por 1 a 0 na volta, com gol de Sorín, que se despedia do clube diante de 69 mil pagantes no Mineirão.
Já em 2018, o Cruzeiro eliminou o Furacão nas oitavas de final da Copa do Brasil. Depois de passar por Caxias, Tubarão-SC, Ceará e São Paulo nas primeiras fases, o time rubro-negro, comandado por Fernando Diniz, perdeu na Arena da Baixada para a Raposa, por 2 a 1 (gols de Carleto, Henrique e Raniel). Novamente no Mineirão, na partida que marcou a estreia do técnico Tiago Nunes, as equipes empataram em 1 a 1 (gols de Arrascaeta e Bergson), resultado que deu a classificação aos mineiros depois do jogo da ida.