Cinco pontos cruciais para a eliminação do Athletico na Libertadores
A eliminação precoce do Athletico nas oitavas de final da Libertadores pode refletir uma série de erros do clube ao longo da temporada. Do comando técnico às contratações, o Furacão não conseguiu desempenhar o esperado e frustrou a torcida.
O UmDois Esportes listou cinco motivos que podem explicar a eliminação da equipe na competição.
Escolha do comando técnico
Talvez o principal erro de planejamento para 2023, desde a promoção por Paulo Turra como treinador. O pupilo de Felipão até teve bons resultados, mas o mau desempenho e a não unanimidade nos bastidores pesaram para sua saída.
Bancado por Alexandre Mattos e a boa convivência com os atletas levaram Wesley Carvalho ao comando. O interino, ao contrário do seu antecessor, conseguiu boa atuações nos primeiros jogos, mas poucos resultados. A equipe acabou eliminada da Copa do Brasil e da Libertadores, além de ter perdido pontos cruciais no Brasileirão.
Opções do treinador interino
Falando diretamente das escolhas, Wesley Carvalho teve responsabilidade direta na eliminação. No primeiro jogo, surpreendeu com a escalação de Thiago Andrade, atacante que tinha poucos minutos em campo, para dar velocidade a um time que precisava segurar o jogo em uma altitude de mais de 3600 metros. Claro, não funcionou. O Athletico, que tem bons atletas para o controle da posse de bola, teve uma postura diferente, com ligações diretas e acabou com um resultado bem adverso.
Em casa, precisando vencer por goleada, optou por deixar o time com três volantes. O time foi dependente de Canobbio, criou, mas poucas chances claras. Faltou mais tempo para Vitor Bueno ou utilizar até Zapelli, contratado para jogar a Libertadores e que não ganhou nenhum minuto na eliminatória. O treinador só usou duas substituições e, uma delas, ainda foi a entrada de Marcelo Cirino, que entrou apenas para as cobranças de pênalti. Na reta final, ficou claro que o time - e principalmente o treinador - já estavam satisfeitos com as penalidades.
Hierarquia?
Dentro dessa entrada de Marcelo Cirino dá para citar a questão da "hierarquia". Expressão tão falada nos últimos jogos, quando Vitor Roque brigou para bater os pênaltis no tempo normal em jogos do Brasileirão.
O atacante ainda é jovem, claro, mas, mesmo com a atuação até meio que afobada diante do Bolívar, deveria estar entre os cinco primeiros batedores. A inexperiência não pode superar a qualidade.
Zaga é o principal problema do time
Pensando no time, o principal erro do Athletico foi na zaga. Os titulares Pedro Henrique e Thiago Heleno já vinham de um período de erros e de oscilações, mas as falhas ficaram mais evidentes em 2023. O clube contratou Kaique Rocha, que pouco atuou no ano, mas acabou sendo titular logo em um jogo decisivo na altitude. Zé Ivaldo, por sua vez, também titular na ida, já atuou acertado com o Cruzeiro e não fica para 2024.
O recém-chegado Cacá, veio da segunda divisão do futebol japonês, e entrou na fogueira na altitude com pouco tempo de adaptação. Matheus Felipe, outro nome disponível, não mostrou qualidade para ser titular do Athletico. A posição é o grande problema do elenco na temporada e é a maior reclamação da torcida.
Erro de planejamento e chegadas tardias
O Athletico teve uma sucessão de erros na montagem do elenco para 2023. A zaga, como citado, foi o principal. Mas o elenco em si, ainda não é suficiente para ser campeão ou chegar mais longe na Libertadores. Três nomes se destacam: Bento, Fernandinho e Vitor Roque. O Furacão tem um time titular, mas no banco de reservas ainda faltam peças. Um segundo atacante de lado, que seja decisivo. Mais um lateral.
E claro que as lesões de atletas fundamentais, como Christian e Alex Santana, que vinham fazendo gols decisivos, contribuíram para que o time fosse eliminado. Fernando e Terans também fizeram falta. E é hora também de encerrar alguns ciclos.
Por outro lado, o time trouxe poucas peças na janela e de forma tardia. Vidal fez dois bons jogos, mas virou titular mais por uma falta de jogadores para a posição. Zapelli também, com 15 dias de Athletico, pouco poderia ajudar na partida, mas era um nome para, pelo menos, ganhar minutos no segundo jogo.