Athletico e o ano da desgraça. Seria bom para Petraglia?
Quando o fato é previsível, a crítica imediata ganha o caráter de populista. No futebol, em razão de fracassos, torna-se desonesta, porque atende à paixão ofendida do torcedor e, às vezes, do próprio jornalista.
Crítico sem recuo, processado várias vezes, estaria autorizado a carregar nas críticas ao presidente Mario Celso Petraglia, do Athletico. E a causa mais nobre para o crítico não falta: o Athletico, de exemplo de transformação no futebol, tornou-se uma vergonha nacional.
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O presidente Mario Celso Petraglia tinha o direito de errar, mas não tinha o direito de mentir. Quando prometeu “um grande time”, porque “nós temos R$800 milhões em caixa”, criou esperanças incomuns na torcida.
Todas essas esperanças que os atleticanos ganharam com aquela afirmação, apontavam para um Furacão ganhador no ano do seu Centenário. Agora, revelam-se como ilusões perdidas ou simples cinismo.
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Eis a grande verdade: o Athletico não será bicampeão da Copa do Brasil, o Athletico não será tricampeão da Sul-Americana, o Athletico não será nada.
Agora, no ano do Centenário, passa a jogar o campeonato dos pequenos: a realidade devastadora que é a luta para não ser rebaixado para a Segundona. O ano da graça do Centenário passou a ser o ano da desgraça.
Mario Celso Petraglia mentiu. Como um forasteiro, explorou a paixão da torcida e a covardia dos conselheiros.
Mentiu quando contratou Léo Godoy, Gamarra, Gabriel, Mastriani, Di Yorio e Felipinho. Mentiu quando manteve Cuello, Canobbio, Kaike Rocha, Madson e Pablo. Mentiu quando contratou o treinador Juan Carlos Osório, e quando foi insensivel para manter Cuca.
Continuou mentindo quando trouxe Martín Varini, e agora continua mentindo com Lucho González.
Por acreditar que em tudo há um objetivo, pode ser que essa decomposição da imagem do Athletico terá um benefício: a desvalorização do clube como atração pelo preço para o negócio da sociedade de futebol. O Fundo Bordeaux, de Nelson Tanure (Ligga Telecom), pode se interessar. E, aí, tudo ficaria em casa.