Athletico e Coritiba entram em acordo de R$ 4,8 bi por liga de clubes
Athletico, Coritiba e demais clubes que formam a Liga Forte Futebol (LFF) assinaram nesta segunda-feira (6), em São Paulo, um acordo de investimentos com a gestora brasileira Life Capital Partners e a norte-americana Serengeti Asset Management.
Estas empresas querem ser sócias da nova liga nacional, que passaria a organizar o futebol brasileiro Séries A, B e C. A nova competição pode sair do papel apenas em 2025. Até 2024, o contrato dos direitos de transmissão em TV aberta, fechada e pay-per-view pertence ao Grupo Globo.
O acordo assinado pelos clubes da LFF agora será submetido à aprovação dos órgãos deliberativos de cada clube, incluindo o montante negociado com o investidor: R$ 4,85 bilhões para uma liga com 40 clubes, ou R$ 2,3 bilhões para o caso de adesão apenas das agremiações da LFF.
O Furacão deve discutir o assunto já na reunião de conselho na próxima quinta-feira (9). A expectativa é de que todos os processos sejam concluídos, em todos os clubes, até o fim de abril. Por enquanto, 26 equipes assinaram o documento, mas a LFF quer uma liga no Brasil com a participação de 40 clubes e, por isso, segue aberta ao diálogo para inclusão de novos interessados.
A equipes que assinaram o acordo são: ABC, Athletico-PR, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário, Sport, Tombense e Vila Nova.
"A LFF vem sendo assessorada pela XP Investimentos, pelo Monteiro de Castro Setoguti Advogados, pela Álvarez & Marsal e pela LiveMode. Desde a sua criação, a LFF defende um modelo de divisão de receitas inspirado nas ligas de futebol mais bem sucedidas do mundo, como a Premier League e a La Liga", diz uma nota divulgada pelo Athletico.
"No formato aprovado pelo grupo, os critérios para a divisão das receitas recorrentes é 45% igualitário, 30% performance esportiva e 25% apelo comercial, sempre com métricas objetivas e não manipuláveis. Há uma regra de ouro para que em nenhum cenário a diferença entre o primeiro e último time seja superior a 3,5 vezes. Os investidores estão alinhados com os princípios e propósitos da Liga Forte Futebol e aprovaram formalmente este modelo", completa o texto.
No modelo proposto pela LFF, a distribuição de receitas para as Séries A, B e C do futebol brasileiro, o equilíbrio na divisão das receitas, a mobilidade, o fair play financeiro e a governança estão baseados nas grandes ligas da Europa.
"Com a Liga distribuindo receitas para as três maiores divisões do futebol brasileiro, asseguramos um modelo saudável desde a base até o topo da pirâmide", afirmou o presidente atleticano Mario Celso Petraglia.
Diferença para a Libra
Outras 18 equipes formam a Liga do Futebol Brasileiro (Libra). Os idealizadores deste bloco são Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos e Flamengo. Este grupo recebeu oferta de R$ 4,8 bilhões de outro fundo, o Mubadala, para os torneios da primeira e segunda divisão.
Pela proposta da Libra, a divisão seria: 40% de forma igualitária, 30% pela performance e 30% por engajamento de torcida, mas apenas no caso de a receita ser de até R$ 4 bilhões. No caso de valor superior, haveria renegociação.
Para os times da LFF, isso faz com que a divisão não tenha critérios objetivos e aprofunde as diferenças financeiras. Não há perspectiva de reunião por enquanto entre representantes da LFF e da Libra.