Ídolo relembra primeiro gol da Arena e duelo entre Athletico e Cerro: "Pegado"
Ídolo rubro-negro, o ex-atacante Lucas foi autor do primeiro gol do Athletico contra o Cerro Porteño. O time paraguaio é adversário do Furacão nesta quinta-feira (18), em jogo pelos playoffs da Copa Sul-Americana. A partida acontece às 21h30, no estádio La Nueva Olla, em Assunção, no Paraguai.
Athletico e Cerro se enfrentaram em quatro ocasiões na história. Dois jogos foram pelas oitavas de final da Libertadores de 2005, quando o Rubro-Negro passou nos pênaltis e acabou vice-campeão.
Além disso, foram dois amistosos. O primeiro foi em 1999, com vitória do Furacão na inauguração da Arena da Baixada, e outro para celebrar 20 anos da data. Na segunda ocasião, os paraguaios deram um balde de água fria com uma vitória em Curitiba no Athletico de Tiago Nunes, então campeão da Sul-Americana.
Em 1999, Lucas anotou o primeiro gol do jogo, de cabeça, após cruzamento de Luisinho Netto, e ganhou confiança para a temporada em que despontou no futebol. Em entrevista ao UmDois Esportes, o ex-jogador, aos 45 anos, relembra aquela partida.
"Era uma expectativa enorme. Já era uma equipe tradicional no cenário sul-americano. O Athletico era um clube que ainda não tinha a felicidade de ter jogado torneios internacionais. Para o clube, era uma novidade ter um jogo desse porte", conta.
"Foi um jogo muito pegado. A diretoria nos deu a honra de fazer um jogo amistoso oficial, diferente de outros clubes, que fazem jogos festivos", acrescenta.
"O 'primeiro gol', geralmente, é através de um pênalti meio que duvidoso, só para um grande ídolo do clube fazer o primeiro gol do estádio. Para nós, era um risco [o amistoso oficial]", relembra Lucas.
O atacante ainda recorda que o primeiro duelo entre Athletico e Cerro Porteño foi cheio de divididas fortes. As batalhas físicas entre os jogadores marcou o ex-atacante, que viu o gol do lateral-esquerdo Vanin garantir o triunfo rubro-negro.
"A gente não tinha muitas informações, diferente de hoje que, com dois cliques, você vê e conhece a equipe. Foi um jogo difícil de saber como viriam, se viriam para uma festa. Foi bem duro, apesar da gente ter vencido. Tiveram jogadas bem ríspidas, estilo do jogo paraguaio. Imagino que o confronto será dessa maneira", projeta.
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"Athletico não se satisfaz mais com o Estadual", avalia Lucas
Lucas enxerga como natural a pressão para o clube disputar um título de maior expressão no ano do centenário. Por isso, há expectativa para o jogo entre Athletico e Cerro Porteño desta edição da Sula.
"É natural a cobrança do torcedor justamente pelo Athletico ter integrado a prateleira de cima. O clube não se satisfaz com o Estadual. O Athletico vinha fazendo um início de ano muito promissor e as derrotas na Sul-Americana deu uma assustada para o restante do ano", analisa.
Na visão do ex-jogador, o título do Campeonato Brasileiro já ficou distante para o Furacão, apesar de estar confiante que a equipe fique entre as seis primeiras colocações para se classificar à Libertadores. Contudo, o foco deve ser nas Copas - do Brasil e Sul-Americana.
"Sinceridade, eu acho que o Athletico tem condições reais tanto na Sul-Americana, quanto Copa do Brasil, de ainda conquistar um título mesmo sabendo que existam equipes qualificadas", comenta.
"O Athletico é muito forte em casa. Quando se fala em Copa, a tendência é que o jogo em casa faça a diferença. Quem vem de fora, sente a pressão. Tenho a convicção que o Athletico ainda possa ter uma conquista no ano do centenário", completa.
"Prazer, eu sou o Lucas": Atacante comenta bastidores da história envolvendo Romário
Uma das grandes marcas do atacante é a "apresentação" que fez no jogo contra o Flamengo, de Romário, pelo Brasileiro de 1999. Antes do jogo, realizado em 31 de julho daquele ano, o goleiro flamenguista Clemer disse, em entrevista, ironizou e afirmou desconhecer quem era o atacante do Furacão.
Na partida, que contou com 30 mil pessoas na Arena, Lucas fez a jogada que resultou no pênalti que abriu a vitória do Furacão por 3 a 2. A penalidade foi convertida pelo atacante Kléber Pereira, Lucas ampliou e Kléberson, pentacampeão mundial, fez o terceiro, enquanto Romário e Fábio Baiano anotaram pelos cariocas.
"Nem é um gol bonito. Eu tenho um pouco de malícia e faço um gol a la Romário, de bico. E as câmeras que contam a história, que eu saio gritando, sou o Lucas. O engraçado é o Kelly falando: 'ele é o Lucas'", relembra.
A história ganhou repercussão nacional na época. Quase 25 anos depois, Lucas afirma que jamais teve a chance de conversar com Clemer.
"Eu nunca tive a oportunidade de conversar com o Clemer para saber se ele falou brincando, ou em tom de ironia e provocação. Vi que ele fala com certo deboche. Nos bastidores foi engraçado porque o pessoal do time era muito jovem e começou a sacanear, que ninguém me conhecia. Então, aquilo não me deixou chateado, mas me deu motivação a mais para entrar no jogo", conta.
Além disso, o caso teve tanta repercussão que ele teve que desmentir até uma informação falsa. Segundo Lucas, começou a espalhar o boato que era Romário, então tetracampeão, que teria sido o autor da entrevista provocativa.
"Criou-se uma atmosfera que tinha sido o Romário que tinha falado que não me conhecia. Eu tratei logo de falar que não foi ele, porque eu não teria coragem de fazer algo com o Romário, um dos meus maiores ídolos. Respeito máximo. Se ele tivesse falado, eu teria ficado quietinho. Eu logo tratei de falar que não, porque não queria ter briga com o homem", encerra.