Novo técnico, revolta com Petraglia e vaias: Arena ferve em derrota do Athletico
A derrota para o Bahia elevou a pressão no Athletico nas vésperas das decisões das Copas (do Brasil e Sul-Americana).
A superioridade dos visitantes no primeiro tempo e vulnerabilidade da defesa rubro-negra culminaram na revolta dos torcedores, que miraram as críticas no time e na diretoria. Tudo isso sob os olhos do uruguaio Martín Varini, anunciado ontem como novo treinador.
O técnico de 32 anos acompanhou o duelo em um dos camarotes destinados ao departamento de futebol do Furacão. Juca Antonello que deixa o cargo de forma interina e retorna à função de auxiliar, disse que sentiu Varini com muito ânimo de iniciar a trajetória no Furacão.
"Ele chega com bastante entusiasmo e muita vontade de fazer o clube continuar crescendo. O Athletico é um clube que tem muita ambição e ele também, pelo pouco tempo que a gente teve de conversa. Percebi um cara cheio de energia e vontade a ajudar e trabalhar. Com certeza a gente tem um grande técnico chegando", relatou Juca.
A tendência que é Varini esteja na beira do campo contra o Ypiranga-RS, no jogo decisivo da terceira fase da Copa do Brasil. O duelo acontece neste sábado (13), às 18h, na Ligga Arena, em Curitiba.
Críticas para a diretoria
O presidente Mario Celso Petraglia foi o principal alvo da torcida e defendido pelo atacante Pablo, mas não foi o único. Boa parte da torcida rubro-negra também pediu a saída do diretor financeiro Márcio Lara.
Tudo acontece pela expectativa gerada no ano do centenário. A torcida espera que o Furacão esteja na briga por títulos, principalmente das Copas, no ano do centenário. No entanto, a desesperança toma conta por atuações abaixo da média, principalmente na Ligga Arena.
A janela de transferências, aberta nesta quarta (10), traria mais esperanças se não fosse a postura da diretoria. A avaliação é pela chegada de duas ou três peças. Para os dirigentes, o elenco precisa ser reforçado com um zagueiro e um atacante de lado, além de suprir a eventual saída do meio campista Alex Santana. Mais do que isso, e atletas renomados, está fora do radar - pelo menos até a derrota para o Bahia.
Resultados ruins como mandante
Nos últimos quatro jogos, o Athletico perdeu dois jogando em Curitiba e venceu dois atuando como visitante. Isso não é comum na vida do rubro-negro.
"Óbvio que a torcida não está satisfeita. Desde aquele jogo contra o Danubio, a gente não está conseguindo embalar sequências de vitórias que, teoricamente, acostumado a acontecer dentro da Arena. A gente sente isso dentro de campo. Quando a torcida está do nosso lado, as coisas fluem naturalmente. Dentro da Arena a gente tem que ser dominante todo o tempo, 100 minutos", avaliou o atacante Pablo.
Diante desse cenário, a irritação dos torcedores aumentou logo na semana que antecede as decisões com o desempenho do time, que precisa reverter a vantagem de um gol do Ypiranga-RS e vai encarar o Cerro Porteño, que ficou em terceiro lugar na fase de grupos da Libertadores.
Interino fez rodízio no time titular por desgaste
No vestiário, um fator que pode ser positivo para a chegada de Martín Varini é o descanso dos titulares. Na vitória contra o Atlético-GO, o zagueiro Thiago Heleno e o volante Fernandinho começaram no banco de reservas. Já contra o Bahia, o lateral-esquerdo Lucas Esquivel cumpriu suspensão enquanto Kaíque Rocha e Erick foram poupados.
"A ideia das mudanças é para que a equipe continue com frescor, saúde e competindo. A gente precisa pensar em um todo e foi por esse motivo as trocas que a gente fez. Não fizemos um bom primeiro tempo, a equipe do Bahia foi superior. É ter a cabeça no lugar, analisar a partida e partir para a próxima", disse Antonello.
Contra o Ypiranga, a tendência é que Nikão continue como ausência, mas há expectativa pelo retorno de Gonzalo Mastriani. Compatriota de Varini, o atacante é o artilheiro do Furacão na temporada com 13 gols.