"O Athletico adoeceu com nosso presidente", diz dirigente
A quarta-feira (29) foi movimentada nos bastidores do Athletico. Os vice-presidentes Henrique Gaede e José Lúcio Glomb renunciaram aos cargos no Conselho depois que Mario Celso Petraglia insultou torcedores na Ligga Arena.
Os dois falaram com exclusividade ao UmDois Esportes sobre a saída. Agora, o Conselho Administrativo tem dois cargos vagos, além dos ocupados por Petraglia e Luiz Alberto Küster.
Para Gaede, o Athletico adoeceu com Petraglia. O mandatário ficou afastado do clube por problemas de saúde e passou parte de 2024 no comando de forma remota. A aparição no camarote da Ligga Arena, contra o Cianorte, foi a primeira em público em meses.
Gaede em entrevista ao UmDois Esportes"Poderia ter feito muito, fui para isso. O Athletico é um grande clube, bem administrado. Peca em coisas que não deveria pecar. [O clube] adoeceu com nosso presidente, torço que ele retome o comando com a plenitude necessária e com equilíbrio".
O então membro da alta cúpula atleticana afirmou que "poderia ter feito muito" pelo clube, mas não detalhou o que. Em 2023, ele chegou a formar uma chapa de oposição para disputar as eleições do Conselho Delibrativo (CD) com Petraglia, mas a iniciativa foi dissolvida e, com isso, Gaede passou a ter uma cadeira no Conselho de Administração.
Perguntado se Petraglia pode deixar o Athletico diante das últimas movimentações respondeu que "são coisas distintas".
Saídas foram depois de insultos de Petraglia a torcedores do Athletico
No jogo contra o Cianorte, pelo Campeonato Paranaense, Petraglia foi alvo de protestos da torcida no fim do jogo. Diante do movimento, o homem-forte do Furacão mostrou o dedo do meio para torcedores. Para Gaede, a atitude foi o estopim.
"Existem coisas na vida que são inegociáveis. Mas não quero causar polêmicas, sou atleticano acima de tudo. Tinham famílias no estádio. Pessoas que apoiam o time em quaisquer circunstâncias. O Athletico precisa estar forte para poder subir. Será um recomeço", disse.
"Sei que atrás de um presidente tem uma pessoa, que se sentiu ofendida também. Mas isso não lhe dá esse direito", emendou.
Glomb diz que diretoria "não tinha condições de agir"
José Lúcio Glomb também renunciou ao cargo no Athletico, mas deixou claro que outros fatores contribuíram para a saída. Ele ainda afirmou que a diretoria "não teve condições de agir" na última temporada.
"Eu diria que esses gestos [de Petraglia] foram gota d 'água final, mas não foram só um fator determinante", explica Glomb, que lamentou a falta de contratações na janela de transferências de inverno e, principalmente, estar de mãos atadas.
Glomb, em entrevista ao UmDois"É muito ruim dizerem que você não fez nada, que a diretoria não fez nada, quando, na verdade, a gente não tinha condições de agir, de ter uma participação efetiva".
Glomb conversou com o UmDois sobre este e outros temas envolvendo a política interna do Athletico. A íntegra será publicada nesta quinta-feira (30).