Após rebaixamento do Athletico, Fernandinho anuncia definição para 2025
O volante Fernandinho encerrou oficialmente sua segunda passagem pelo Athletico nesta quarta-feira (1), um dia após o fim de seu vínculo com o Furacão.
Sem proposta para permanecer no elenco que jogará a Série B do Brasileirão, o atleta de 39 anos de idade postou mensagem de despedida do clube que o formou e também agradeceu pelo carinho que sempre recebeu da torcida.
Ao voltar pra casa depois de muitos anos, fui recebido de braços abertos. Todas as vezes que vesti a camisa do Athletico, fui acolhido com carinho e respeito por todos os torcedores. Levarei isso para sempre. Chegou o momento de seguir novos caminhos, mas saio com a certeza de que o meu vínculo com o CAP nunca se quebrará. Com carinho e gratidão, Fernandinho.
Fernandinho deixa o Athletico como ídolo, mas como gosto amargo
Revelado no CT do Caju, londrinense Fernandinho é o único jogador da história a disputar duas finais de Libertadores pelo Athletico. Ele era titular do time que perdeu do São Paulo, em 2005, e também foi o grande líder da equipe derrotada pelo Flamengo, em 2022.
Ao todo, 17 anos separam as duas realidades de Fernando Luiz Rosa com a camisa rubro-negra. Saiu moleque, em julho de 2005, vendido para o Shakhtar Donetsk. Fez história no time ucraniano, com 14 taças levantadas.
Em 2013, continuou sua trajetória na Europa no vitorioso Manchester City, onde se tornou referência, capitão e queridinho do técnico Pep Guardiola. Por lá, continuou colecionando títulos: foram 13 em noves temporadas.
Jogador acima da média, capaz de ler o jogo de maneira única, teria espaço no futebol inglês até hoje (pelo menos era o desejo de Guardiola). Porém, decidiu voltar para o clube do coração em 2022 porque se viu na necessidade de retribuir tudo o que o Athletico e seus torcedores haviam feito por ele.
Fernandinho escolheu o Athletico
E Fernandinho voltou não como um garoto, mas como um homem formado e um profissional exemplar. Seu retorno coincidiu com um ótimo momento do Furacão, comandado por Felipão.
Em campo, era camisa 5. Mas a função dele ia muito além de um meio-campista. Assumiu, desde o início, um papel de liderança.
Mesmo sem faixa de capitão, que ficava no braço do zagueiro Thiago Heleno, Fernandinho era o grande modelo para os jogadores, principalmente os mais jovens, que perguntavam sobre sua mentalidade e sonhavam em repetir sua carreira vitoriosa.
Em 117 jogos na segunda passagem, o auge foi precoce, na final da Libertadores. Apesar de novamente ficar no "quase", ele declarou estar orgulhoso.
Sentimento de muito orgulho. Acho que nosso time fez jus a essa partida final, demonstramos caráter, força de vontade, disciplina tática. Acho que foi um jogo decidido no detalhe, e o único sentimento que nos resta agora é de orgulho. É uma equipe muito jovem, que batalhou até o final.
Lesão de Fernandinho mudou o Athletico
Em agosto, contra o Belgrano, pela Sul-Americana, o volante sofreu uma lesão no músculo adutor da coxa que o tirou de combate por pouco mais de dois meses.
Entre sua saída da equipe e o retorno, 12 jogos foram disputados. O Athletico perdeu oito, empatou dois e venceu dois (nenhum deles pelo Brasileirão). Só voltou a ganhar na Série A quando Fernandinho reapareceu no banco de reservas – contra o Cruzeiro, na Ligga Arena, em 26 de outubro, entrando no segundo tempo.
No ímpeto de ajudar o clube a escapar do rebaixamento, o volante adiantou o processo de recuperação e voltou a sentir a lesão. Só foi titular novamente na última rodada, contra o Atlético-MG. No jogo do desespero, já que a chance de evitar o pior foi jogada fora na derrota em casa para o Bragantino, três dias antes.
O meu sentimento é o mesmo da torcida, muito triste, muita decepção. Nesse lado passional que a gente tem e às vezes é difícil de controlar. Mas, obviamente, o lado técnico a gente tem que assumir nossa responsabilidade. A gente sabe que deixou passar muitas oportunidades em casa. E a conta chegou agora, infelizmente da pior maneira possível. É colher os cacos, ser humilde o suficiente para reconstruir e seguir em frente, lamentou o veterano.
Não houve proposta para ficar no Athletico
Mesmo com o rebaixamento, Fernandinho nunca disse que não ficaria no Athletico para jogar a Série B. Ele sempre deixou claro que seria necessário conversar, o que nunca aconteceu.
"Meu futuro depende de várias pessoas e de várias circunstâncias. Um dia para se lamentar, de luto, de tristeza, a gente tem que viver esse momento. Depois, lá na frente, vou me decidir, vou sentar com minha família para ver o que vai ser melhor para todo mundo", disse o volante, no dia da queda atleticana.
A proposta que o clube prometeu fazer, com uma importante redução salarial, nunca foi materializada. Isso causou indignação em Fernandinho, que esperava ao menos uma ligação do presidente Mario Celso Petraglia para explicar os motivos.
Sem contrato, livre no mercado, agora Fernandinho vai encerrar a carreira em outros ares – diferente do que imaginava quando escolheu voltar ao time que o formou para o mundo do futebol.
Siga o UmDois Esportes
Fernando Rudnick é formado em jornalismo e pós-graduado em comunicação esportiva. Sempre repórter, começou a cobrir o dia a dia dos times paranaenses em 2009, quando entrou na Gazeta do Povo. Atualmente, é coordenador do UmDois Es...
