23 clubes propõem novos termos para criação de Liga. Paranaenses fazem parte
23 clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro assinaram, nesta segunda-feira (9), uma carta-proposta na qual se mostram dispostos a criar uma liga profissional no país, mas desde que algumas exigências sejam aprovadas. Entre eles, Athletico, Coritiba, Londrina e Operário.
Na carta, os times reiteram que "não haverá Liga sem a união dos 40 (quarenta) clubes participantes das atuais Séries A e B".
Entre os pedidos, estão uma nova forma de distribuição de das receitas. 50% da divisão deve ser igualitária, com 25% sendo divida de acordo com a performance na competição e os outros 25% de forma comercial.
Além disso, querem que a diferença de receita entre maior e menor clube tenha como alvo o limite de 1.6 ao longo do tempo, com o teto de 3.5 a partir do primeiro ano. Ou seja, desta forma um clube poderia ganhar, no total, até 3,5x mais que o que menos ganhará.
No próximo dia 16 haverá uma reunião no Rio de Janeiro para a formalização do acordo e todos os 23 times estarão ausentes do encontro do dia 12, marcado na CBF para assinar a criação da Liga do Futebol Brasileiro (Libra).
Times viram bloco único para direitos de transmissão
Mais do que a criação da liga, a carta assinada pelos 23 clubes também reforça que todos eles agora serão um bloco único, inclusive na negociação dos direitos de transmissão a partir de 2024, quando se encerram os atuais vínculos formados com as emissoras.
Atualmente, os 40 clubes estão divididos em três blocos. Os 23 que assinaram a carta-proposta, os nove que são favoráveis à Liga nos moldes apresentados - Flamengo, Vasco, Cruzeiro, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Red Bull Bragantino e Ponte Preta, e outros oito que ainda não definiram para que lado vão.
Inclusive, entre estes nove, seis estavam de forma equivocada como signatários na carta divulgada pelo Athletico. Pouco tempo depois, o Furacão corrigiu a falha. Um deles era o Vasco, que nesta segunda assinou com a Libra.
Veja os clubes que estão em cada lado da criação da Libra:
Signatários da carta-proposta:
América-MG
Atlético-GO
Athletico
Avaí
Brusque
Ceará
Chapecoense
Coritiba
CRB
Criciúma
CSA
Cuiabá
Fluminense
Fortaleza
Goiás
Juventude
Londrina
Náutico
Operário
Sampaio Corrêa
Sport
Tombense
Vila Nova
À favor da Libra:
Corinthians
Cruzeiro
Flamengo
Palmeiras
Ponte Preta
Red Bull Bragantino
Santos
São Paulo
Vasco
Indecisos:
Atlético-MG
Bahia
Botafogo
Grêmio
Guarani
Internacional
Ituano
Novorizontino
Leia a carta completa dos 23 clubes:
Diante dos últimos acontecimentos, os Clubes signatários reafirmam o interesse na formalização da Liga de futebol profissional, com o intuito de elevar o nível de qualidade do futebol brasileiro, construindo um campeonato forte, revitalizado e, notadamente, com um padrão de equanimidade nas condições de disputa.
É preciso, porém, pontuar que não haverá Liga sem a união dos 40 (quarenta) clubes participantes das atuais Séries A e B.
Algumas premissas devem ser observadas, tendo como referência que: (i) a Premier League divide igualmente 68% da receita, somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing; (ii) as Ligas Alemã, Espanhola, Francesa e Italiana distribuem 50% da receita de forma igualitária; e (iii) a diferença de receita entre o primeiro e último clubes respeitam os seguintes limites: Inglaterra (1.6x), Itália (2.1x), Alemanha (3.2x) e Espanha (3.5x).
Para a formalização da Liga de Clubes de futebol brasileiro, os Signatários acreditam no modelo abaixo apresentado:
(i) Divisão de receita de 50% igualitário, 25% performance e 25% comercial, com parâmetros objetivos e mensuráveis;
(ii) Diferença de receita entre maior e menor clube tendo como alvo o limite de 1.6 ao longo do tempo (referência Premier League), com o teto de 3.5 a partir do primeiro ano;
(iii) Compromisso de que a Série B receba 20% dos recursos de venda de direitos de transmissão.
Os Signatários envidarão todos os esforços possíveis para reunir os 40 (quarenta) clubes e formatar a Liga, sempre na base do diálogo e da razoabilidade, firmando também o compromisso de que, caso não haja a efetiva formalização, irão avaliar, em conjunto, a negociação dos direitos de transmissão e demais propriedades inerentes ao futebol e suas respectivas competições para os anos posteriores a 2024.
Os Clubes informam, ainda, que no dia 16 de maio de 2022 se reunirão presencialmente no Rio de Janeiro para formalizar o compromisso em busca de uma composição equilibrada, e que, por tal razão, não se farão presentes na reunião previamente agendada na CBF, no dia 12 de maio de 2022.
O encontro com os 8 (oito) clubes, no que depender da vontade dos Signatários, acontecerá futuramente para que seja apresentada e debatida a proposta descrita nesta carta, na tentativa de alcançar o consenso.